GEMAS DO MUNDO
Jóias com pedras preciosas são uma fonte de encanto e fascínio, as gemas verdadeiras são difíceis de se identificar, pois as produções de imitações e as opções sintéticas crescem de forma rápida, provocando confusão entre o que é verdadeiro e falso.
Conheça as Gemas do mundo e as suas características.
A COR DAS SAFIRAS

Tal como sucede em diversos minerais, o corindo (nome estranho para quem lida com joalharia) ocorre na natureza em diversas cores. Quando vermelho, chama-se de rubi; quando de outra qualquer cor chama-se safira, sendo a cor a azul a mais conhecida. Aliás, a palavra safira, sem descritivo de cor, é aceite como alusiva a safira azul. Já as outras cores, implicam a descrição desse atributo visual (e.g. safira rosa, safira amarela, safira verde)
As causas da cor destas variedades minerais são variadas, mas a mais comum é a presença de elementos químicos, ditos cromóforos (geradores de cor), na estrutura cristalina, pelo que se diz que este mineral é alocromático quanto à origem da cor. Por outras palavras, são determinados elementos químicos, tais como, por exemplo, o ferro, crómio, vanádio e titânio (metais que se inserem nos chamados elementos de transição da tabela periódica) estranhos à composição do mineral (no caso Al2O3 - óxido de alumínio) que, em pequenas quantidades, são responsáveis pela cor. Quando quimicamente pura, a safira é incolor. Defeitos cristalinos (defeitos estruturais) podem também contribuir para a geração de cor, em especial alguns amarelos.
De fora, deixam-se aqui considerações sobre cores de safiras e rubis obtidas por tratamentos diversos, desde o tingimento à difusão de elementos químicos a altas temperaturas, entre outros métodos.
Rui Galopim de Carvalho
Gem Education Consultant
ÁGATA

As ágatas são uma variedade nodular de calcedónia (quartzo microcristalino) com um bandado, por vezes, concêntrico característico, sendo normalmente translúcidas e ocorrem várias cores naturais, e.g. vermelho, castanho, amarelo, azulado claro (raro), verde (muito raro), cinzento e branco. Em regra, a forma externa dos exemplares corresponde ao molde da cavidade ou vacúolo onde se formaram, não raramente uma rocha efusiva (vulcânica) como o basalto. A sua formação é algo complexa, em particular as condições que controlam a sua textura, mas pode dizer-se que decorre da percolação de fluídos quentes (hidrotermais) ricos em sílica que precipitam na forma de micro-cristais de quartzo no interior dos vacúolos, sendo as condições termodinâmicas de pressão, temperatura e concentração que determinam a sua precipitação, inclusivamente a dimensão dos cristais e velocidade de deposição.
Na antiguidade procediam da Índia, Egipto e Sicília e, actualmente é
são produzidas essencialmente no Brasil (em especial o Rio Grande do Sul), Uruguai, EUA, Canadá, Índia, África do Sul, Austrália e Escócia.
Diga-se que, mesmo em tempos remotos, para a obtenção de cores variadas as ágatas eram impregnadas com soluções químicas quentes, saturadas em óxidos de ferro (vermelho), óxidos de crómio (verde), açúcar e ácido sulfúrico (negro), hidróxidos de ferro (amarelo-castanho), ferricianeto de potássio (azul).
A origem da palavra é incerta, provindo do semita aqiq ou do persa aghegh, ondulação do cabelo de criança, ou do latim achates, antigo nome do rio Dirillo, na Sicília. Destas, a mais romântica será, todavia, a primeira por evocar a textura desta gema.
Rui Galopim de Carvalho
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BERILO

O berilo é um mineral que ocorre em diversas variedades das quais a mais conhecida é a esmeralda, com um verde característico, sendo a água-marinha, azul, uma outra variedade bastante popular. Menos conhecidas são os berilos de outras cores tais como a rosa - morganite (cada vez com maior utilização em joalharia actual), a verde - berilo verde (de tonalidade diferente da da esmeralda e cuja cor é causada por ferro e não por crómio e/ou vanádio como na esmeralda), a incolor - goshenite (com alguma expressão na joalharia portuguesa do séc. XVIII e XIX), a vermelha - berilo vermelho (rara e apreciada apenas por conhecedores, em especial nos EUA de onde procede) e, finalmente, a amarela - o heliodoro ou berilo dourado (golden beryl).
O heliodoro tem um tom amarelo característico e elevado brilho o que, para um observador muito experimentado, o distingue à partida das duas gemas amarelas mais comuns no mercado, designadamente o quartzo citrino e o topázio amarelo.
Entre gemas de aspecto algo similar contam-se ainda, a título de exemplo, a safira amarela, a escapolite, algumas turmalinas amarelo canário, e a ambligonite.
Tem-se registado uma maior utilização desta variedade de berilo o que denota uma maior aceitação pelos públicos de gemas diferentes, mas não menos valiosas e vistosas, das que, habitualmente, adornam a joalharia. As mais importantes ocorrências de heliodoro encontram-se no Brasil, Ucrânia, Namíbia, Rússia (Urais e Transbaikalia), Kasaquistão, Madagáscar, Afeganistão, entre outras.
O seu nome deriva do grego, helios, Sol e doron, dádiva, ou seja, uma dádiva do Sol em virtude da sua cor e brilho.
Rui Galopim de Carvalho
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CLASSIFICAR PÉROLAS DE CULTURA

Apreciar a qualidade de pérolas de cultura nucleadas de água salgada é matéria algo complexa, havendo diferenças entre as, diversas variedades, denominadamente, as Akoya, Mares do Sul e Tahiti.
Todavia, há cinco características que podem ser aferidas durante a observação de pérolas e que, de forma ponderada, contribuem para uma classificação de qualidade que, em regra, é comunicada no mercado através de letras (e.g. A+, A, A-, B+, B, etc em geral até D).
Estes cinco critérios são:
Dimensão - em mílimetros
Forma - esférica, semi-esférica, semi-barroca (grau de esfericidade entre 10 e 25%, mas tendo eixo de rotação: formas em pêra, botão, oval) e barroca (irregular).
Lustro (ou brilho) - numa escala qualitativa (de muito bom a mau) e tem a ver com a maneira como a superfície da pérola reflecte a luz.
Superfície - existência ou não de características superficiais (e.g. piqué) numa escala qualitativa, de muito bom a mau.
Cor - classificada com uma escala padrão a que poucos profissionais têm aderido devido à não uniformização dos sistemas de classificação de pérolas de cultura, até porque, por exemplo, existem escalas independentes para as akoya, Mares do Sul e Tahiti.
Rui Galopim de Carvalho
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DEMANTÓIDES

Das muitas espécies minerais do grupo de granada, a variedade verde de andradite, com cor devida a crómio e brilho sud-adamantino, é das mais apreciadas. Descoberta pela primeira vez em 1868, nos montes Urais na Rússia, pode conter inclusões fibrosas de asbesto (crisótilo) em forma de rabo-de-cavalo, que lhe são muito características e que lhes conferem, por vezes, um maior procura entre os coleccionadores aficionados.. As demantóides da Rússia podem ser sujeitas a tratamento térmico de baixa temperatura, processo que não é ainda detectável pela tecnologia actual nos laboratórios gemológicos, razão pela qual os poucos que referem esta situação assumem que o material foi aquecido, pois é prática corrente, em especial em material de certas minas (e.g. Karkodevo).
Já agora, esta variedade de andradite ocorre também da Namíbia, Madagáscar, Irão, Eritreia e Itália.
Rui Galopim de Carvalho
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DIÓPSIDOS

O universo da gemologia está para além das tradicionais pedras com uso frequente em joalharia. Para os apaixonados das gemas, existem bastantes materiais, quer rochas quer minerais, que são alvo de grande interesse coleccionístico. É o caso do diópsido.
O diópsido é um mineral, um inosilicato membro do grupo das piroxenas (tal como o é a jadeíte, por exemplo) cujo nome vem do grego “dis”, dois, e “opsis”, visão, em alusão à birrefrangência do material. Tem uso gemológico em especial numa variedade negra com efeito de estrela com 4 raios (diópsido de estrela). Por vezes ocorre em variedades verdes, ricas em crómio (diópsido cromífero), havendo também variedades transparentes de cor verde garrafa, ocasionalmente com efeito de olho-de-gato. Tem ainda uma variedade gemológica de cor escura azul a violeta, conhecida comercialmente como violano. As ocorrências são diversas e consoante as variedades, mas destacar-se-ía o Brasil, Índia, Rússia, Myanmar, África do Sul, Quénia, EUA e China como conhecidos países produtores.
Rui Galopim de Carvalho
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ESMERALDA

As ágatas são uma variedade nodular de calcedónia (quartzo microcristalino) com um bandado, por vezes, concêntrico característico, sendo normalmente translúcidas e ocorrem várias cores naturais, e.g. vermelho, castanho, amarelo, azulado claro (raro), verde (muito raro), cinzento e branco. Em regra, a forma externa dos exemplares corresponde ao molde da cavidade ou vacúolo onde se formaram, não raramente uma rocha efusiva (vulcânica) como o basalto. A sua formação é algo complexa, em particular as condições que controlam a sua textura, mas pode dizer-se que decorre da percolação de fluídos quentes (hidrotermais) ricos em sílica que precipitam na forma de micro-cristais de quartzo no interior dos vacúolos, sendo as condições termodinâmicas de pressão, temperatura e concentração que determinam a sua precipitação, inclusivamente a dimensão dos cristais e velocidade de deposição.
Na antiguidade procediam da Índia, Egipto e Sicília e, actualmente é
são produzidas essencialmente no Brasil (em especial o Rio Grande do Sul), Uruguai, EUA, Canadá, Índia, África do Sul, Austrália e Escócia.
Diga-se que, mesmo em tempos remotos, para a obtenção de cores variadas as ágatas eram impregnadas com soluções químicas quentes, saturadas em óxidos de ferro (vermelho), óxidos de crómio (verde), açúcar e ácido sulfúrico (negro), hidróxidos de ferro (amarelo-castanho), ferricianeto de potássio (azul).
A origem da palavra é incerta, provindo do semita aqiq ou do persa aghegh, ondulação do cabelo de criança, ou do latim achates, antigo nome do rio Dirillo, na Sicília. Destas, a mais romântica será, todavia, a primeira por evocar a textura desta gema.
Rui Galopim de Carvalho
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